sábado, 26 de junho de 2010

Chá de vida

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- é café?
- Não é chá... Chá de GENGIBRE.
- Eca, arde!
- É ótimo para ativar a circulação, aquecer o corpo, descongestionar as vias respiratórias, e, dizem, tem propriedades afrodisíacas.
- To precisando das propriedades. Desentope veias?
- Não, mas o "amor" selvagem sim! 


[Parece a vida, ardida, quente e maliciosa]

quarta-feira, 23 de junho de 2010

Que língua você fala?


Hoje eu estou muito parecida com esse senhorzinho carrancudo. Cara fechada, guarda-chuvas aberto, astral de poucos amigos. O telefone, no entanto, insiste em tocar. E eu, apesar de toda barbaridade, resolvo atender. A brisa que cai sobre mim, é água. Mas o telefonema me traz uma chuva de corações coloridos, amorosos, delicados, insistentes, e n l o q u e c e d o r e s , sedutores como uma onda quente numa praia deserta à luz da lua. Cheia. Nova. Crescente. Ai, Jesus!... afasta de mim esse cálice. Eu não sei lidar com isso, eu não sei não sucumbir à esse ser que só faz me confundir com sua sinfonia de iô-iôs. Eu não sei como fazer para ficar imune à essa tentação em forma de olhos intensamente pesistentes, mas de brilho sádico. Serão muitos convites. Serão muitas as recusas. Eu perguntei: _ meu medo te surpreeende? Falamos três línguas diferentes simultaneamente. A da verdade, a da mentira, e uma desconhecida língua medieval codificada que nenhum de nós dois consegue entender, decifrar, escapar. Atravessa por nossos meridianos corporais uma onda de desejo, que sucumbe a uma sedução maior, o medo e a raiva, assim, misturados, nos conduzindo a essa dança cabalística que faz nossas respirações soluçar. Como pode-se gostar e recusar alguém ao mesmo tempo? Ele vai ligar de novo. Mais tarde. Quando nos falamos, é como se houvesse de fato uma saraivada de laços a nos atar irremediavelmente dentro de um feitiço. Entramos no nosso transe e hipnotizados, como os olhos arregalados, cantamos ao pé do ouvido nossas mais sedutoras palavras. Estamos dentro de um encanto. A mim cabe o medo. A ele, a insistência. E ao destino, o milagre de encontrar uma forma de transformar isso tudo em apatia sem mistérios.

[não, eu não consigo virar a página, eu não sou boa na arte de escapar. você venceu]

terça-feira, 22 de junho de 2010

Mistérios do universo Masculino


'O homem sai para caçar. Fica acampado a semana inteira,
dorme nas piores condições, é devorado por mosquitos e
ainda tem que comer uma gororoba.
Ele se submete a tudo isso para abater uma alce. E quando
consegue, ele se sente o TAL.
Agora, se você resolve deixar uma cabeça de alce de presente
na porta da casa dele, ele não vai nem ligar.
Dizem, esse é o príncipio que rege o interesse masculino pelas
coisas todas. Inclusive, mulheres.'

[então tá, né?...]

segunda-feira, 21 de junho de 2010

Amanhã

E acabou que acabou sendo um bom dia. No cômputo geral das coisas todas, não tive tudo que queria, mas tive bem mais que merecia. Fui útil, fui solícita, e solidária. E devo agradecer a oportunidade de ter sido. Fui acarinhada, recebi sorrisos, alguns mimos, palavras. E devo agradecer a oportunidade de ter recebido. A ciranda dos dias é feita de altos e baixos, e como diz uma amiga que voa, as coisas mais banais, são as que mais acrescentam serenidade. Li num blog vizinho uma tal teoria de que não devemos nos preocupar tanto pois, apenas vinte por cento dos nossos atos são responsáveis por oitenta por cento das consequências advindas desses. Não sei se entendi corretamente, ou se entendi a parte que me convinha, mas, gostei disso. Traz leveza e uma certa paz até, pensar que nada é tão definitivo assim. E não, né?... Todos os dias temos alguma experiência pessoal, ou próxima que nos prova isso. Em comum também, temos todos alguma coisa que ficou para amanhã. Algum sonho, alguma tarefa adiada, algum perdão a ser pedido, algum abraço que não foi dado, algum agradecimento que não foi devidamente externado. E alguma vontade não realizada. Aquelas coisas que nos frequentam sigilosamente, que a gente não abre à quase ninguém, exceto aos anjos nossos de cada dia. E ainda temos o AMANHÃ, e ele é uma promessa. O próximo minuto é uma promessa, além de ser, o resultado do que plantamos com nosso máximo esforço, ou mínimo, não importa, o certo que ele virá. Para todos. E pra mim também, se Deus quiser, e Ele há de querer, e quem sabe ele queira mais, e me ajude a ver que quando solto a corda das resistências, das teimosias, das inseguranças, e resolvo ser leve como os tais lírios do campo, então, o milagre se faz, e viver já tão parece mais tão pesado assim.
Nessas horas, lembro de você. E isso me faz bem.

domingo, 20 de junho de 2010

CutiCUTI

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Tempero de Amor:

R I S C O S

Tudo bem, tudo bem, tudo bem!
alguém poderá dizer:

_ isso é coisa de bestas quadradas,
pra que o risco se o amor pode ser
tão cuticuti?!...

Sabe qual é o maior dos riscos que
o Amor corre?
Justamente esse,
virar algo CUTICUTI.


[Quem disse que o Amor é para sempre?]

sexta-feira, 18 de junho de 2010

papo de meninas


_ Aí, ele sentou atrás de mim e puxou o meu cabelo.
_ E você?
_ Eu chutei a perna dele. Com força.

Entre gargalhadas, a amiguinha sentencia:

_ Vocês estão n a m o r a n d o !


[Amor de Mula]

carpete




Desolada no chão da sala, com as lembranças vindo à tona. É fato que, quando nossa cabeça fica desocupada, a gente só pensa no que deveria ter feito. No que poderia ter mudado. Era de se esperar, o dia estava mais do que propicio: escuro, chuvoso e frio. Eu desejava não ter isso, não digo memória porque deve ser horrível não lembrar de nada, mas eu desejava não sofrer tanto por lembrar. É aquela dorzinha tão doída, pior que cortar a mão com uma folha de papel que tanto custa parar de arder. E sabe aqueles pensamentos que tem vozes? Sim, meus pensamentos falam. Não sabia? Aos poucos, eles derramam pelos meus olhos vestígios da nossa breve felicidade. O carpete tentava aquecer minhas dúvidas. Pobrezinho, não conhece nada mesmo. Queria te trazer de volta, acredita? Mas eu me lembrei que entre nós o silêncio e a dor eram maiores do que os dias de chuva que gostavamos de admirar. Maiores do que o querer fazer sem impedir o querer deixar tentar. Por que fomos pra tão longe, se não precisamos nos perder? Já tinhamos o encontro. Doce por sinal. É normal sentir falta. Amar. Chorar. Por que ser diferente de todo mundo? Por que não querer sofrer de vez em quando? A verdade é que a gente esconde de nós mesmos. Dói, mas e daí? Quem já não sofreu um dia sequer?
As vezes eu penso que queria mais do que explicações. Mais do que um simples: Eu não amo mais você. Eu penso que queria carater.Companhia. Matéria-prima. Esperava ouvir a tua voz me trazer cor. Não queria te dominar. Tinha que ser você. Você, não eles. Eles queriam sua ingenuidade, sua fragilidade. Mas eu entendo. Agora tudo fica mais claro. O encontro havia se perdido. Era azedo. O carpete começa a irritar minha pele do mesmo jeito que você saia de mim. Do mesmo jeito que não suportava mais ficar do seu lado.
Eu caio em contradição, não queria te ver partir.
Não queria que você mudasse.
Nem que sumisse.
Eu só esperava encontrar, mais uma vez, a tua essência que se perdeu ao encontrar os olhos deles
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