quinta-feira, 25 de novembro de 2010

segunda-feira, 22 de novembro de 2010

Distrações



Nunca fora dada a portar grandes certezas,
mas subitamente ocorreu-lhe a certeza de que
desviar os olhos do que bem se quer para colocá-los
em distrações de pouco impacto era a maior e mais arriscada

PERDA DE TEMPO.


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sexta-feira, 19 de novembro de 2010

Apressada como cru?

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'Quando o sol
bater na janela...'

serei a primeira a abrir.
De repente, me deu uma pressa...

domingo, 14 de novembro de 2010

Paixão / Maiô





Eu comprei um maiô. Palavra estranha de sotaque diferente. Maiô. Tem que fazer biquinho pra pronunciar direito. _ Moça, quero comprar um m a i ô, por favor! Comprei um maiô branco para as tardes de verão. Prentendo que meus fins de tarde, quando o sol vai namorar do outro lado e as primeiras estrelas parecem fazer cricri, sejam elegantes. Quer dizer, não sei se essa é a palavra. Desejo que sejam como em outros tempos. Tempos em que havia mais romance apesar da paixão.


[Pobres seres aqueles que se apaixonam. Adoecem de corpo e alma. Tudo e todo gesto é dirigido ao outro. Isso não deve ser muito elegante, sugere haver uma luz em neon piscando alegoricamente sobre a cabeça dos apaixonados alardeando a doença em uma denúncia de que naquele corpo habita uma alma sem amor. Próprio. Território dominado pela paixão. Poderá se questinonar, _ mas, oras, todos os seres se apaixonam. Há controvérsias. Nem todos são invadidos. Há que se ter personalidade determinada para a paixão tomar conta em sua grandeza. Em sua totalidade. Ensaios de paixão não são paixão. No portal das paixões estão os riscos, os mergulhos, as incertezas, as armadilhas, as incógnitas, as equações de uma matemática particular em que, só saber as quatro operações básicas não se faz suficiente. Paixão é saber que existe o fim, e querer ir até o fim mesmo assim. É obsessão.]



Descubro recentemente que não sou ser talhado às paixões. Não tenho estrutura, saúde, coragem, disposição, luminosidade, grandeza, criatividade para um mergulho dessas proporções. Estranhamente, comprar um maiô me fez pensar nisso. Finais de tardes tranquilos, a água morna do mar aos meus pés, o sol se pondo na promessa calma de outro dia, companhias calmas e apaziguadoras ao lado, e eu e meu maiô branco, caminhando no meio da calma, bem longe dos distúrbios da paixão.




C'est La Vie





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terça-feira, 9 de novembro de 2010

Pra te comer melhor


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Pra que esses olhos tão grandes, seu moço?!...

[Adivinha]

domingo, 7 de novembro de 2010

Dona Maricota, isso é COVARDIA!



Por anos e anos a fio sonhei que estava caindo. Queda livre de um lugar indefinido, um vôo que não era vôo e que não tinha fim. Depois, por outros anos, sonhei com tsunamis. Enormes ondas que vinham do nada, enquanto olhávamos abismados, eu e quem mais estivesse comigo no sonho, aquela coisa gigantesca vindo em nossa direção. Assim como a queda, a onda vinha mas não chegava nunca. Agonia sem fim. O que será que Freud diria desses sonhos recorrentes? Nos últimos tempos não lembro dos meus sonhos. Sei que sonho porquê dizem que todo mundo quando dorme sonha, mas quase nunca lembro. Um mergulho em zonas desconhecidas que não me deixam lembrança. Sensação de estar caindo, medo do que virá, e o vazio. Em certos momentos acho viver muito parecido com sonhar sonhos estranhos, uma coisa difícil, contrário de tudo que meu lado cor de rosa crê. Não sei me relacionar com as pessoas direito, pessoas são minha queda, meu medo, meu vazio. Não fui talhada para as convivências. Ou fui, e não entendi nada. Não que eu não goste de gente, oque ocorre é que eu não entendo nada de gente. Quanto mais o tempo passa, maior em mim é essa convicção. Tenho evitado as pessoas. Conviver me magoa. Estar perto da imprevisibilidade das reações humanas me faz lembrar do sonho em que caio, em que temo, em que saio vazia e perdida no meio de coisa nenhuma. Parece amargo? De fato, é um pouco amargo. Olhar-se de frente nem sempre é uma surpresa de fazer alvorecer o coração. Tem vez que vira breu. Sei que de um lado existem as sete ou oito maravilhas do existir, mas não consigo ignorar o outro, a escuridão do existir. E no meio disso uma fina estrada de pedras por onde ando, equilibrando-me em passos incertos, em olhos cansados que precisam ficar abertos mas teimam no conforto de fechados ficarem. Gosto de ficar de longe, só olhando ou imaginando ou tocando o nada. Não que eu prefira, viver de verdade e de perto às pessoas é o vinho mais saboroso degustado em goles gulosos e garrafas largadas pelo caminho em meio a risos, festa, e algo mais que não compreendo. Sou fraca pra bebidas. Sou fraca pra gente. Sou fraca pra viver. Por isso, fico de longe.

O caminho é de flores,
é de borboletas, passarinhos,
bem te vis, girassóis,

e nesse caminho eu fico de perto.


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sexta-feira, 5 de novembro de 2010

O nome do jogo é PACIÊNCIA

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Então a canção vai dizer que é preciso saber viver, é preciso saber ganhar, é preciso saber perder, é preciso saber a hora de parar, é preciso não reclamar, é preciso saber aceitar, é preciso ser bonzinho, é preciso não se cansar dessa chatice que é viver de acordo com. De acordo com o destino, de acordo com as regras, de acordo com a vontade dos outros, de acordo com o certo, com o ético, com o moral, e de acordo com o não engordativo. É preciso lembrar Coco Chanel que dizia que às vezes é um bocado chato fazer tudo de acordo. 


Então...Eu estou de acordo com Chanel.



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