quarta-feira, 29 de setembro de 2010

Que seja doce

Meninas são formigas. Mulheres são formigas. Creio que até os homens são formigas, e Setembro, o mês dos formigueiros se aprumarem. O sol vem com mais força, as janelas podem ser reabertas, as cortinas soltas ao vento, e à mesa, os doces. As permissões. Setembro é também um mês acanhado, ou melhor, um mês de engatinhar em direção às tentações. Um mês de encarar de frente as coisas todas, oquê nos seduz. Setembro é mês de São Cosme e São Damião, esses dois santinhos lúdicos, das crianças formigas, que nos trazem a lembrança que a vida não precisa ser amarga e nem carregada de dores, embora saibamos que até as dores podem ser véspera de doces alívios. Doces fazem isso. Aliviam. Aliviados, respiramos. Respiramos um ar doce, porquê fica ali no narizinho da gente a fragância das doçuras. E das flores. E das abelhas. E dos passarinhos. E dos dias que se alongam. E das noites de mais estrelas. E de sonhos mais bonitos... de tanta esperança. Eu sei que tudo parece utópico, mas tem dia que é assim, a gente canta e nem sabe porquê canta. Assim como há dias que a gente chora, e sabe muito bem porquê chora. Chora e então entram os doces. E depois dos doces a gente respira. E respirando doce seguimos andando, no meio da chuva, no meio do sol, feito pequenas formigas, um pouco perdidas, um tanto unidas, zanzando do meio do caos.
Que seja, ao menos então, doce. Bem doce. Né não, seu Caio?

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